quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A TRAGÉDIA EM ANGRA DOS REIS

Devido aos acontecimentos das primeiras horas do ano, resolvemos adiar a parte 2 das pastorais que iniciamos no domingo próximo passado.

A situação na cidade é triste, as famílias enlutadas sofrem e as que perderam suas casas ficam literalmente sem chão. Não será fácil para essas famílias vivenciar esse tempo. Quer queiram, quer não, a perda de uma moradia, meche com a estrutura emocional. Aquelas que perderam entes queridos, certamente sofrerão mais e necessitarão de apoio em todos os sentidos.

Estive na última segunda-feira, juntamente com o presbítero Jaime e sua esposa Madalena com o único sobrevivente da família Narciso/Carvalho no deslizamento, Leonardo, e a primeira impressão é de dor e a segunda de impressionalidade. Imaginamos o que esse adolescente sofreu no desabamento e posteriormente sabendo que perdeu 14 entes queridos, dentre eles sua mãe e todos os seus irmãos, com exceção de uma irmã mais velha que reside em outro lugar e do pai. Depois ficamos impressionados, pois ele está todo lanhado, rosto inchado, pés assustadoramente inchados, sendo que um ficou sem a sola.

Para andar até então, necessitava da ajuda do diác. Wagner. Graças a Deus por ele e sua esposa Adriana Carvalho que o acolheram em seu lar.

Quanto às demais vítimas, acompanhamos de longe e nos mantemos antenados para um apoio sistemático.

Apesar da comoção, temos motivos para louvar:

1) Cancelamento das festas pelo prefeito. Foi um ato de coragem e humano. A pensar em toda organização, creio que foi um gesto honroso.

2) A garra dos bombeiros, defesa civil, policiais e alguns moradores, com pés na lama, envidando esforços para salvar ou encontrar os corpos. É um dom muito valioso. Deus multiplique suas bênçãos sobre eles.

3) Doações. Claro que todos necessitarão de mais assistência. Mas o que foi levantado até hoje (quarta-feira), é impressionante! A mobilização da população, de instituições e de pessoas comuns, tanto aqui quanto de outras cidades, tem sido louvável.

4) Nossa igreja. Irmãos já foram ao CEAV, outros foram diretamente nas vítimas e a Junta Diaconal está recebendo as doações que chegam e que ainda chegarão de outras cidades, que serão encaminhadas de maneira sistemática. Irmãos do Rio de Janeiro, zona sul, zona norte e zona oeste, de Volta Redonda, e de Cabo Frio fazem grande levantamento de oferta para remeter à nossa igreja para apoio.

Há nesse ponto um apelo final. Você, membro e amigo de nossa igreja, que conhece vítimas e famílias que estão desabrigadas e que perderam tudo, comunique ao presidente da Junta, diác. Azael, pois receberemos alguns móveis e eletrodomésticos. Não será possível atender a todos, mas aos que pudermos o faremos com atenção.

Deus nos ajude e abençoe, Anderson

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