sexta-feira, 16 de março de 2012
MEUS 40 ANOS - parte 2
Nessa época meu pai era proprietário de duas farmácias e eu era seu principal assessor. Nasci dentro de uma farmácia! Amo este ramo de negócios até hoje, corre na veia... Não era para menos, comecei a trabalhar com ele em 1980 com apenas 8 anos de idade...
Lembro-me que era próximo de meu aniversário e meu pai me procurou para saber o que eu desejava ganhar de presente. Eu respondi de pronto: Uma Bíblia. Que surpresa para ele e minha amada mãe! Por incrível que pareça não tínhamos uma Bíblia em casa, apesar de frenquentar a Igreja Romana desde que nasci e meus pais há pelo menos três décadas. (Creio que é por essa razão que até hoje uma de minhas maiores tristezas é me deparar com cristãos que tem, sim, tem suas Bíblias, mas não sabem nada delas, pelo simples fato de não as lerem. São analfabetos espirituais).
Meu pai comprou a Bíblia. E eu só sei que não a comi, porque a tenho até hoje. Mas li muito intensamente e seu impacto foi profundo. Compartilhei com minha esposa as novas descobertas depois do “Força Para Viver”, ela foi convertida; meus pais estavam em crise muito forte no matrimônio, preguei para eles; eles foram convertidos... E por aí seguiu. Procurei Igreja. Encontrei uma, dizia que amava a Palavra, mas ao final das reuniões, sempre se falava de outros intercessores. Sabia que aquilo não era correto. Já tinha lido. Encontrei outra, mas pedia muito dinheiro e já tinha visto na Palavra que não era daquele jeito. Nem sabia o que era Doutrina no sentido estrito, era apenas a Palavra.
Por fim encontrei outra, mas não gostei porque era fria, ninguém me notou quando a visitei, quem dirigia o trabalho havia sido muito infeliz. Foi péssimo.
Então li e li a Palavra durante meses. Meus pais buscaram imediatamente uma igreja para congregar e foram levados a participar da Igreja Presbiteriana de Santa Cruz, através de um casal já idoso que passava todos os dias em frente à farmácia para caminhar. Dona Luci e Presb. Arão Vilela (Ela professora e diretora de escola pública e ele Comandante da Base Aérea de Santa Cruz). Eram presbiterianos, tinha testemunho intocável, e adotaram nossa família. Fui por ocasião do batismo visitar e não saí mais. Muito engraçado, pois essa era a igreja fria que mencionei acima. Era culto, não uma programação como à que havia ido anteriormente, e me identifiquei com a força da Palavra ministrada pelo Rev. Laércio Staneck Torres.
Fui discipulado, amado, instruído, indicado ao livro de Jó, que, aliás, foi dado por Deus para que conseguisse ultrapassar a perda de minha filhinha. No primeiro ano fiz um curso de pregador itinerante, no segundo dei aula na EBD e ao final lá estava eu no Seminário, estudando teologia por orientação de meu pastor. Lembro-me que disse para ele no estacionamento do Barra Shopping (Isso em 1993. Tenho saudade da tranqüilidade da Barra da Tijuca daquela época): Não posso fazer isso, não tenho experiência, sou tímido... Mas não teve jeito, o chamado foi irresistível.
Cursei o Seminário, passei por perdas importantes nessa época, enfrentei com minha esposa um passeio pelo farisaísmo e outras tolices espirituais, a experiência de criar dois filhos, fazer seminário, além de cuidar de duas farmácias e agüentar 5 horas de viagem até o Méier de segunda à sexta-feira. Que loucura! Só foi bom pelo lado do estudo porque era o tempo que tinha para estudar. Pelo menos, todo dia estudava 2 horas. As outras 3 horas ou estava espremido em pé entre outros passageiros do trem, ou estava louvando com irmãos que prestavam culto nos vagões. Pentecostais abençoados! Meu grande amigo, e até hoje amigo, foi o Mauro Renato Pinto. Grandes viagens! Devo confessar que no 5º ano de Seminário quase sempre encostava no ombro de outros passageiros para dormir, em alguns momentos até babava, rsrsrs, de tão cansado.
(Tentarei públicar a última parte até mais tarde)
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